sábado, 10 de março de 2012

Preciso da vastidão negra da noite; de suas luzes cintilantes que passam ora correndo, ora lentamente pela janela do carro; do vento forte e sem pressa batendo contra meu sorriso largo. O desejo de mostrar ao mundo externo o que eu crio no meu íntimo, mas querer esconder do mesmo o deslumbre que uma noite me traz.
Um brilho solitário num céu de azul profundo, casinhas a beira-estrada, cheiro de vida. Meus braços se abrem para tentar abraçar a escuridão que me acolhe, os olhos arregalados querem fotografar a vista para nunca mais esquecer. Ah, uma noite de verão a beira-estrada. Os postes passam mais rapidamente com suas luzes amareladas, e o meu destino está cada vez mais próximo, mas por mim, viveria a ver a estrada passar, a passar pela estrada. Os pontinhos são substituídos pela imensidão calma de um verde solitário, o horizonte esbranquiçado exibe a vida de uma cidade pacata. Como uma maquete de carrinhos automáticos, a observo por alguns segundos. Então tudo vai ficando mais claro, mais nítido.
E então eu chego ao meu destino.

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